O horário das refeições pode influenciar na saúde e no emagrecimento?

Setembro 22, 2020 por Ana Lucia Lemos0
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O estudo que analisa as interações do ciclo circadiano e os efeitos dos nutrientes no organismo chama-se crononutrição. O fator de maior impacto na regulação das funções metabólicas é a exposição ao claro e escuro, ou seja, o ritmo dia e noite. Cada tecido, órgão do corpo tem seu próprio relógio biológico que interage com os demais, regulando todas funções fisiológicas, metabólicas e de comportamento do ser.

Pela manhã, há uma maior produção das enzimas digestivas, maior efetividade na absorção de nutrientes, maior tolerância à glicose, maior eficiência no esvaziamento gástrico, na produção dos hormônios do apetite (grelina e leptina) e uma maior termogênese (processo de geração, queima de energia), que diminui significativamente ao anoitecer.

A produção de insulina, pelo pâncreas e a sensibilidade a mesma é maior pela manhã. Já a produção de melatonina, que ocorre na glândula pineal no cérebro, é estimulada principalmente à noite, no escuro.

Um estudo com 426 indivíduos com sobrepeso e obesidade, demonstrou que os grupos que ingeriram um maior valor calórico no café da manhã comparado ao grupo que ingeriu o maior aporte calórico no jantar, tendo o mesmo valor energético total para o dia, tiveram uma maior termogênese, pós prandial ou seja, pós refeição, além de um aumento da taxa metabólica basal. Demonstrou também, que os indivíduos que ingeriram o maior valor calórico no café da manhã, tiveram menor fome ao longo do dia e menor apetite para doce.

Porém, outro estudo demostrou que incluir o consumo do café da manhã em indivíduos que não apresentavam este hábito, resultou em um aumento de peso, pois os indivíduos continuarem com o mesmo padrão e volume alimentar nas demais refeições.

A prática de jejum intermitente tem mostrado excelentes resultados na redução de peso, beneficiando principalmente os indivíduos portadores de Resistência à Insulina, Diabetes tipo II, aumentando também a sensibilidade à grelina e a leptina. 

Conclui-se, que é fundamental conhecer a fisiologia humana para entender de que forma o corpo pode apresentar a sua melhor performance, agregando a este conhecimento o objetivo, a rotina e os hábitos dos pacientes, para que se possa propor um planejamento alimentar mais adequado, tendo como ponto central a sua individualidade. Desta forma é mais fácil  ter adesão ao plano proposto, rotacionar estratégias, desenvolver novos hábitos, o que aumenta significativamente o sucesso do tratamento e/ou desenvolvimento de um excelente padrão alimentar.


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Ana Lucia Lemos - Assinatura

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Sou nutricionista, pesquisadora e apaixonada por saúde e gastronomia saudável e acredito que cada indivíduo é único e que sua nutrição está relacionada à própria personalidade e à forma como cada um lida com a própria vida.

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